domingo, 7 de abril de 2013

Livro 98: Os elefantes não esquecem (Agatha Christie)



 Agatha Christie dispensa comentários, sendo a mais famosa escritora de romances policiais de todos os tempos. Criadora de personagens fantásticos e queridos como o excêntrico detetive belga Hercule Poirot e a bondosa e avoada Miss Marple, Christie conta com milhões de leitores em todo o mundo, com obras traduzidas para dezenas de idiomas.
Não que ela tenha criado o gênero, mas indiscutivelmente foi uma mestre no mesmo, além de ter uma habilidade impressionante para a narrativa descritiva. Seus personagens não se limitam a ações, o leitor é brindado com um traçado de suas personalidades e dramas internos, tanto quanto suas características físicas e maneirismos.

Outro ponto inquestionável é que embora se trate de um gênero policial, Agatha privilegia o suspense  e a investigação, inserindo na história muito mais mistério do que sangue e perversidade. Sem contar a leveza e o bom-humor com que os casos são relatados  - e solucionados.

Em Os elefantes não esquecem, obra publicada já nos anos 70, boa parte dos recursos que utilizou em suas dezenas de livros está presente. Há um crime, um dos personagens é lançado quase que por acaso na história, sendo levado a procurar ajuda de um detetive ou policial. Há uma informação relevante que passou despercebida por (quase) todos e há um drama oculto por trás da mesma, até que chegamos à solução do mistério.

No entanto para leitores fieis de Agatha Christie, este não é, nem sombra de suas melhores obras. Quase que dá para desvendar o caso antes de chegar ao meio do livro e o motivo para o assassinato deixa (muito) a desejar. Porém, vamos aos fatos.
Desta vez, Agatha parece se inspirar em si mesma para compor o personagem lançado na cena do crime. Trata-se da Sra. Ariadne Oliver, uma famosa escritora de romances policiais, que, avessa a reuniões sociais e festas, comparece a contragosto a um almoço com outros autores. Lá ela é abordada por uma senhora impertinente, Mrs Burton-Cox, que lhe questiona a respeito de um duplo suicídio ocorrido anos atrás com um casal conhecido da escritora.
Apesar de contrariada, o questionamento da sra. B. deixou-a muito intrigada, e ela decide pedir ajuda a um antigo amigo, o detetive Hercule Poirot.
Logo saberemos que o casal supostamente suicida  tinha uma filha que era afilhada de Oliver, embora não se vissem há anos. E o motivo pelo qual a tal senhora B questionara o caso é que o filho dela estava noivo e pretendia casar-se com essa moça. Um motivo nada relevante, diga-se de passagem.

Daí em diante, Oliver irá ficar ainda mais curiosa e, junto com o amigo Poirot, fará suas próprias investigações, contactando antigos criados do casal morto e retornando à propriedade onde as mortes aconteceram. Como espera que as pessoas envolvidas no caso tenham lembranças que possam trazer à tona a verdade do caso, Sra Oliver costuma chama-los de “meus elefantes”. Afinal, como diz a sabedoria popular, “os elefantes nunca esquecem”.
Depois de algumas idas e vindas, o caso é esclarecido pelo detetive de forma um tanto decepcionante, pois, como já foi dito antes, trata-se de uma história fraca e pouco consistente (ou convincente) para os padrões da genial mestre do suspense, Agatha Christie.

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