Marnie tem 23 anos, é bonita, inteligente, encantadora e
eficiente, além de excelente profissional.
Mas o que não se nota à primeira vista é que ela é dotada de uma
personalidade histérica, sem escrúpulos e fora da lei. Com aparência acima de
qualquer suspeita, ela consegue conquistar a confiança de qualquer pessoa da
qual se aproxima. Feito isso, rouba, engana e trapaceia sem sentir remorso ou
empatia. Criando um mundo só seu, no qual não permite que ninguém penetre, ela
muda, de tempos em tempos, de personagem: de loura passa a ruiva, de ruiva a
morena. Troca de endereço e de emprego. Muda até o nome, tendo o cuidado de
manter sempre as mesmas iniciais. E usa de sua inteligência para não ser pega
em nenhum deslize. Para isso, estuda cuidadosamente o personagem que vai
incorporar. Aparentemente, Marnie não tem sentimentos ou remorso e parece quase
feliz com seu jeito de viver. Mas não é isso que vamos descobrir mais adiante,
nessa obra brilhante do escritor Winston Graham. Marnie possui traumas de
infância, repudia os homens, e tem aversão a sexo e intimidades. Uma das poucas
pessoas com quem se relaciona é a sua mãe, uma mulher ríspida, a quem visita regularmente.
Seu único e verdadeiro amor é seu cavalo, que fica num estábulo, aonde ela vai para
cavalgar e cuidar dele.
Publicado em 1961, esta obra é muito mais do que uma trama policial, mas
um drama psicológico. Com uma personalidade fugidia, Marnie vai vivendo, nas
páginas do livro, uma história de crescente suspense, que culmina num final
surpreendente.
Após uma descrição detalhada do personagem, a história entra num ritmo
mais intenso,
O que leva Marnie a ser uma mentirosa compulsiva, trapaceira e ladra tem
origem no seu passado e isso só iremos descobrir quando, depois de aplicar um
grande golpe na empresa em que trabalha, ela desaparece, muda de visual e de
nome para procurar o próximo trabalho. Emprega-se numa agência de propaganda, cujo
chefe, Mark Ruthland sente-se imediatamente atraído por ela. Mas Marnie só tem
olhos para a conta bancária da empresa. Apesar disso, ela acaba travando amizade
com Mark, que, absolutamente encantado por ela, consegue o feito de convencê-la
a casar-se com ele. Como manter-se distante e administrar todas as mentiras de
sua vida vivendo tão próximo de alguém, é algo que Marnie precisará aprender.
Com o detalhe de que ela não concretizará o casamento, pois não consegue se
entregar ao marido. É aí que se começa a descobrir a chave para se entender a
personalidade da jovem.
Por insistência do marido ela frequentará sessões psiquiátricas, e aos
poucos, o médico – e o leitor – irão desvendar parte do mistério de Marnie, que
remontam a uma infância abusiva, de medo e abandono. Porém, nem assim a jovem
se deixar descobrir totalmente. Quando seu marido contrata um chefe de polícia que
lhe revela os delitos passados da esposa, Marnie deverá fazer uma escolha: partir
ou se deixar revelar – para conseguir a cura e libertação de seus traumas. Cabe
agora a ela decidir se quer fugir novamente ou voltar à vida.
O livro inspirou o clássico “Marnie, Confissões de uma Ladra”, um
thriller psicológico dirigido por Alfred Hitchcock em 1964, com Tippi Hedren e
Sean Connery .
Mais conhecido por sua série de doze romances situados em Cornwall no
final de 18 e começo do século 19 e que foram televisionados como Poldark pela
BBC na década de 1970, Winston Graham escreveu muitos livros , peças de teatro,
contos e peças de teatro de tela ( mais de 50 obras) . Os primeiros livros,
escritos na década de 1930 e durante a guerra, eram thrillers. Nos anos de 1950
e 1960, começou a escrever romances de suspense sofisticados. Muitos deles
foram filmados, sendo o mais famoso Marnie .
Acabei de ler o livro ontem e gostei bastante, tirando o final, que pareceu muito corrido. Quando acabei, senti que o autor podia ter colocado pelo menos mais umas 50 páginas. Também tem algumas coisas que ficaram subentendidas, como o porque da aversão da aversão dela por sexo, tenho uma teoria mas queria saber se é a verdade.
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