quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Livro 45: Orlando (Virginia Woolf)


Publicado, em 1928, Orlando é uma biografia fictícia, de um nobre inglês nascido no século XVI que tem o dom da imortalidade e atravessa o tempo até chegar aos anos 20 do século XX.
O protagonista idealizado por Virginia Woolf é um nobre e belo rapaz inglês da Idade Moderna que  desperta após um sono de sete dias e descobre que tornou-se mulher. Esta mudança parece perturbá-la apenas no regresso à terra natal, quando Lady Orlando  compreende as contingências dos dois sexos.
Inspirado em  uma mulher por quem a autora alimentava um amor obsessivo, Orlando é retratado como um ser humano imortal, leal, corajoso, inocente e puro. Tão perfeito que não poderia ser real.
Essa temática inusitada faz da obra uma leitura cativante, abrindo espaço para  Virginia fazer suas reflexões – muitas delas bem-humoradas – a respeito das características dos dois sexos.
Acompanhando os 350 anos de vida do personagem, desde o nascimento em 1600 até 11 de outubro de 1928,  o livro descreve as mudanças do mundo e da humanidade ao longo dos séculos, servindo de espaço também para reflexões da   autora sobre os limites da consciência humana e o efeito do tempo no Homem. 
O inusitado de Orlando é que sendo imortal ele pode viver várias vidas num único corpo, partilhando de experiências que nenhum outro ser conseguiria.
Depois de uma relação com o Conde romeno, que inclui episódios divertidos, Orlando, já na maturidade, encontra aquilo que mais procura: o amor, nos braços do misterioso Shelmerdine, que lhe dará um filho, sabedoria e felicidade.
Obra mais famosa de Virginia Woolf, Orlando traz momentos de humor e poesia, fazendo com que o leitor se apaixone pelo personagem à medida em que ele/ela amadurece.
Tendo grande aceitação quando de sua publicação na Inglaterra e nos EUA,  a obra atraiu discussões e reflexões entre as feministas, que a consideravam uma apologia da igualdade entre os sexos ou mesmo uma superioridade do sexo feminino. 
Aliás o livro é todo um elogio à natureza sábia da mulher. Para Virginia Woolf, no entanto, Orlando nada mais era do que uma "imensa carta de amor".

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