quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Livro 16: Encontro com a Morte (Agatha Christie)

Uma viúva rica de comportamento excêntrico e tirânico. Uma família oprimida por uma matriarca cruel e sádica. Uma viagem a uma terra exótica. Um detetive brilhante de bigode proporcional ao seu talento investigativo. Um dilema entre o que é certo e o que é justo. Tudo isso reunido, temos em mãos mais um interessante caso de assassinato contado pela mente engenhosa da maior autora policial de todos os tempos. Em Encontro com a Morte, Agatha Christie lança mão de sua capacidade de criar personagens ricos num suspense psicológico que conduzem o leitor a um final sempre surpreendente. Escrito em 1938, o romance se passa em Jerusalém para onde a família Boynton, de origem norte-americana, se dirige para uma curta estadia, ali encontrando outros personages, inclusive o detetive Hercule Poirot.
Mrs Boynton logo chama a atenção de todos por ser uma senhora atarracada, gorda e de tez vermelha, de saúde visivelmente frágil, mas que consegue manter todos os quatro filhos e uma nora a sua volta, sem dar a nenhum deles a chance de se relacionar livemente com outras pessoas. Em uma espécie de hipnose coletiva, eles se submetem às suas vontades, sem reclamar.

São eles: Lennox, casado com Nadine. Carol, Raymond e a mais nova, Jinnie, que graças à pressão psicológica da mãe, já apresenta sinais de doença de fundo nervoso: tem alucinações e mania de perseguição.
 Lennox, embora casado, não consegue se libertar da mãe para viver sua própria vida com a esposa, que se sente infeliz a ponto de ameaçar abandoná-lo.  Carol e Raymond, que são na verdade enteados de Mrs Boynton também se sentem oprimidos pela madrastra e isso fica evidenciado numa frase que Hercule Poirot ouve por acaso numa conversa entre os dois:
"Você entende que ela tem de ser assassinada, não entende?"
O detetive registra em sua memória e fica atento, pois há um prenúncio de crime à espreita.

A situação chama a atenção de outros hóspedes do Hotel, como Sarah, uma médica recém formada que acaba criando um estranho fascínio pelo comportamento da família, especialmente porque se interessa por Raymond. Também estão presentes na história Dr.Gerard, psiquiatra que se interessa pelo comportamento da caçula da família; o senhor Cope, amigo de Nadine, que está apaixonado por ela e duas senhoras inglesas de meia-idade, uma delas detentora de um alto cargo político.
De Jerusalém, todos os personagens partem rumo à Petra numa excursão particular, onde acontece o "encontro com a morte" . Sabemos que uma pessoa morreu e provavelmente foi assassinada. Resta saber quem cometeu o crime e por quê. Como em todos os livros em que aparece, sob comando da mente astuciosa de sua criadora, Hercule Poirot brilhará mais uma vez.

"Carol levantou-se de repente, puxando para trás o cabelo castanho que caía na testa.
– Ray – disse –, você não acha errado mesmo, não é? Ray respondeu naquele mesmo tom aparentemente imparcial.
– Não. A meu ver, é como matar um cão raivoso...algo que prejudica o mundo e precisa ser eliminado. É a única forma de acabar com isso."




Encontro com a morte
Agatha Christie
1938


Quando li: 2010
Como adquiri: comprei exemplar novo, de bolso. Tenho um projeto de ler todos os livros da Agatha Christie.

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