quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Livro 10: 24 horas na vida de uma mulher (Stefan Sweig)

Romance que tem quase a extensão de um conto, "24 horas na vida de uma mulher" é um livro que se lê de um só fôlego, tamanha é a capacidade do autor, Stefan Sweig, austríaco radicado no Brasil, de nos envolver com uma combinação de narrativa ágil, trama engenhosa e um estilo literário fascinante.
Começa numa pensão familiar, na Côte D´Azur,
sul da França, no início do século XX, quando
a esposa de um dos hóspedes, Madame Henriette escandaliza a todos ao abandonar o marido para fugir com um homem que estivera hospedado no local por apenas uma noite.


"De repente o homem largo e pesadão desceu os degraus que gemiam, com o rosto totalmente mudado, cansado e mesmo assim furioso. Tinha uma carta na mão.
– Chame todo mundo de volta! – disse ao chefe dos funcionários, com voz quase irreconhecível. – Chame todo mundo de volta, não é mais necessário procurar. Minha mulher me abandonou."
Depois desse episodio, uma senhora inglesa de meia-idade procura o narrador para lhe contar uma historia muito parecida, acontecida duas décadas atrás, na qual ela fora a protagonista. Após a morte do marido, ela fizera uma viagem pela Europa para escapar à solidão e um dia, em Monte Carlo, ficara enfeitiçada por um jovem rapaz agarrado ao vício do jogo. Este encontro mudará sua sua vida para sempre. Em 24 horas ela experimentará os sentimentos mais contraditórios, como compaixão, fascínio, paixão, obsessão e desespero. Em principio ela ficará penalizada com o jovem que, perdendo tudo no jogo, tenciona matar-se naquela mesma noite. Ela tudo fará para impedi-lo, começando por pagar para ele uma hospedagem em um quarto de hotel . Num ato impensado ela atende o pedido do jovem de que não o deixe sozinho. E sucumbe ao desejo, vivendo com ele uma noite de amor.
"Poupe-me dizer-lhe o que aconteceu naquele quarto naquela noite; eu prória não esqueci um segundo de nada, nem quero esquecer. Pois naquela noite lutei com uma pessoa pela sua vida,e repito: foi uma luta de vida e de morte. Senti em cada nervo, sem nenhuma dúvida, que aquele estranho, aquele já semimorto, se apegava ainda uma vez à vida com a avidez e a paixão de um ameaçado de morte. "
Em 107 páginas, escritas sob o signo da paixão, seremos testemunhas dessas 24 horas na vida de uma mulher, nas quais ela reencontrara o prazer de viver, enlouquecerá de paixão e finalmente recuperará a sanidade, diante do duro golpe que lhe reserva o destino.

24 horas na vida de uma mulher
Stefan Zweig

Quando li: 2010
Como: meu marido trouxe da casa da mãe dele, havia lido numa tarde e eu fiz o mesmo.

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