domingo, 13 de janeiro de 2013

LIvro 13: Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva)


Livro que marcou toda uma geração de leitores e tornou-se referência na literatura brasileira contemporânea, "Feliz Ano Velho" é uma obra autobiográfica que lançou Marcelo Rubens Paiva no meio literário. Nele, o autor conta, em linguagem jovial e desassombrada sua vida antes e depois do acidente que o deixou  tetraplégico, a poucos dias do Natal de 1979.
Até então ele era apenas um rapaz de  classe média alta, estudante de  Engenharia, músico e cheio de namoradas, quando sua vida se transforma, em questão de segundos. Resultado de um mergulho num lago raso, fraturou a quinta vértebra cervical e comprimiu a medula, comprometendo irremediavelmente os movimentos.
Através de um personagem chamado Mário, Marcelo narra seus dias no hospital, as visitas que recebeu e as histórias que  viveu, sob a perspectiva de um jovem que sempre fez tudo o que queria, e agora, sentado em uma cadeira de rodas, vê-se dependendo da ajuda de amigos e familiares para reaprender a viver.
Em 12 meses de lenta e dolorosa recuperação  - UTI, colete de ferro, cadeira de rodas-, há momentos em que ele chega a pensar em suicídio.  Em flash-back, faz uma revisão de sua curta e até então tranquila vida, sem deixar de tocar na primeira grande perda que sofrera aos 11 anos, quando seu pai , o deputado Rubens Paiva "desaparecera" num desses acontecimentos nebulosos e inexplicáveis tão comuns nos gélidos tempos da Ditadura. Embora fosse uma obra jovial e bem-humorada, o livro de Marcelo já prenuncia um escritor maduro em gestação, pois provoca questionamentos e lança uma nova luz sobre os "desaparecidos" da Ditadura. Lembrem-se, é uma obra publicada poucos anos depois da anistia.
Na reflexao de sua nova situação, em meio a lembranças alegres e tristes, nada mais resta a Marcelo do que desejar a si mesmo um Feliz Ano Velho,  pois o novo, ainda é incerto.
Mais do que um livro sobre acidente, perda e fim, Feliz Ano Velho é  um livro sobre recomeço, aceitação e fé.

Feliz Ano Velho.
Marcelo Rubens Paiva.
1982.

Quando li: 1983
Como adquiri: emprestado de uma amiga de faculdade.

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