Jorge e Luisa formam o típico casal da classe média da sociedade lisboeta. Luisa sente falta
de emoções e fantasias que só encontra nos livros e às quais o marido engenheiro não consegue atender. Sua vida tranquila tem como
testemunha a vizinhança pobre e os amigos que frequentam a casa, como Dona
Felicidade (beata que sofre de crises de gases); o Conselheiro Sebastião,
amigo íntimo de Jorge; o Conselheiro Acácio e as criadas - a
namoradeira Joana e a ressentida Juliana.
A vida calma de Luisa está prestes
a ser ameaçada por um inusitado acontecimento
Quando Jorge parte para o
Alentejo em viagem de trabalho, Luisa recebe a visita de seu primo, Basílio, seu primeiro
amor, um bom vivant, que depois de passar pelo Brasil, vive agora em
Paris.
Em pouco tempo, Luisa se deixa envolver e seduzir pelo charme do
conquistador. Logo sucedem encontros furtivos entre eles numa casa apelidada de
“paraíso”.
A rancorosa criada Juliana, que tudo ouve e
tudo vê, enxerga no envolvimento a chance de chantagear a patroa em troca de
privilégios. De posse de uma carta comprometedora, exige que Luisa a sirva como se fosse ela a patroa, além de chantageá-la, pedindo, por seu silêncio, uma quantia exorbitante.
Não tendo mais dinheiro para dar à criada e abandonada pelo inconsequente Basílio, Luisa cai de cama quando seu marido chega de viagem. Desesperada, ela revela tudo ao amigo Sebastião, que, com a ajuda de um policial consegue livrar a amiga do infortúnio. Mas o destino prega uma peça: uma carta que chega de longe.
Publicado em 1878, O Primo Basílio inova a criação literária da época com uma
demolidora crítica dos costumes da pequena burguesia de Lisboa. Não há santos
na trama de Eça, todos têm seus pecados (a exceção do cordato Jorge). Sutilmente
explorando o erotismo, mas com pinceladas de drama, a obra de Eça de Queirós causou impacto na época, com seus personagens decadentes e de moral duvidosa. A pobre Luisa
pagará o preço por sonhar demais.
Quando li: 2006
Comprei num sebo.
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