sábado, 12 de janeiro de 2013

Livro 12: Iaiá Garcia (Machado de Assis)




Romance, intriga, paixão, renúncia. Os sentimentos mais variados da alma humana e detalhada descrição psicológica dos personagens são traços sempre presentes no texto de Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho.
Em "Iaiá Garcia" todos esses ingredientes estão reunidos numa obra despretensiosa, mas envolvente que narra a vida de uma família no Rio de Janeiro do século XIX.
Iaiá Garcia, personagem que dá nome ao romance é filha de Luís Garcia, um viúvo e funcionário público, que nela concentra todos os seus afetos. "Era alta, delgada, travessa; possuía os movimentos súbitos e incoerentes da andorinha. A boca desabrochava facilmente em riso, — um riso que ainda não toldavam as dissimulações da vida, nem ensurdeciam as ironias de outra idade". Já seu pai, Luís Garcia era  taciturno e retraído. "Não fazia nem recebia visitas. A casa era de poucos amigos; havia lá dentro a melancolia da solidão". Desinteressado de refazer sua vida ao lado de outra mulher, Luis Garcia dedica toda a sua atenção à menina. Quando a história principia, ele está com quarenta e um anos, e ela com onze, estudando em colégio interno, retornando ao convivío do pai abnegado todos os fins de semana, trazida pelas mãos de seu fiel criado. "Se o jardim era a parte mais alegre da casa, o domingo era o dia mais festivo da semana. No sábado, à tarde acabado o jantar, descia Raimundo até a Rua dos Arcos, a buscar a sinhá-moça, que estava sendo educada em um colégio".
A vida seguia sem surpresas quando Garcia recebe da amiga Valéria Gomes, uma  opulenta senhora, viúva de um desembargador honorário, o pedido de  ajuda na resolução de um problema familiar: seu filho Jorge estava apaixonado pela filha de um ex-empregado de seu falecido pai, Estela, que vivia na mesma casa.
Para afastá-lo da moça, por não julgá-la digna de sua posição social, a mãe força o rapaz a alistar-se como voluntário na Guerra do Paraguai, pedindo a Garcia para ajudar a convencê-lo. — Se for para a guerra, poderá voltar coronel, tomar gosto às armas, segui-las e honrar assim o nome de seu pai.
Durante a Guerra, o jovem encontra em Luis Garcia um confidente, para o qual dirige várias cartas falando do amor que sentia pela moça anônima. Os anos passam e o acaso faz com que a menina Iaiá Garcia, filha de Luis conheça Estela e fique sua amiga, o que a aproxima da familia de tal forma que, com o tempo, ela e Luís acabem decidindo pelo matrimônio.
Fica claro que Estela não esquecera Jorge nem este deixara de pensar nela, mas o destino e a intervenção da viúva Valéria acabara destruindo as últimas esperanças desse amor.
Quando Jorge volta da guerra, sua mãe ja é falecida e é grande sua surpresa ao encontrar o velho amigo Luís Garcia, casado com seu antigo amor. Em meio a esse desencontro, a menina Iaiá agora tornara-se uma bela jovem e será a vez dela viver as incertezas e alegrias da primeira paixão.
Iaiá Garcia
Machado de Assis
1878

Quando li: 2009
Como adquiri: em sebo. Foi numa fase em que me propus a ler todos os livros do Machado.

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